quarta-feira, 23 de julho de 2008

Passatempo Liverpool - Simpsons (aviso)

Bem, eu vou de férias e encerro até ao fim de Agosto a minha participação no blogue. Fica aqui o aviso para os vencedores do passatempo supra citado de que já enviei, via ctt, os vossos prémios (peço desculpa pelo atraso no envio). Convido-vos desde já a fazerem um bom 'scroll down' e a lerem os posts mais recentes ou a pesquisarem pelos mais antigos. Espero que se encontrem todos bem. Desejo-vos a todos boas férias. Um abraço.

domingo, 13 de julho de 2008

(ACTUALIZADO a 25/Julho/2008) "As andanças do futebol Lusitano" - A tua novela de verão! (Director's Cut)


Este post não é o resultado de um ímpeto específico em dar (mais uma) opinião sobre um tema sobejamente comentado. As voltas e reviravoltas que o futebol português tem conhecido nos últimos tempos cedo ganharam contornos de novela e por isso, perante a possibilidade de existirem indivíduos (como eu) que não apreciam os Morangos, decidi compilar, numa versão mais extensa e actualizada que a do meu post original (no Blog do Bernas: aqui) todas as incidências desta saga envolvendo o Benfica, o Porto, o Guimarães, a Liga, a Federação e a UEFA. Não omiti acontecimentos nem deixei ninguém pior ou melhor visto do que os factos me permitiram, posto que me baseio (e suporto) todos os parágrafos desta longuíssima cronologia no respectivo link.

Perdoem-me os leitores por deixar de parte Boavista e Paços de Ferreira (entre outros) e por me alongar mas é impossível sintetizar tanta informação em tão curto espaço. Se calhar não fica aqui toda a história, nem sou eu que vou dizer o que (e quem) está certo ou errado em todos estes procedimentos (não estou qualificado nem tenho pretensões a ser oráculo) mas fica aqui um apanhado, documentado e exaustivo, daquilo que podem consultar nos jornais e que, inclusive, no que se refere aos últimos acontecimentos (actas e decisões resultantes das reuniões de diferentes órgãos da LPFP e da FPF), já surge transcrito integralmente pelos mesmos.


9/Maio - O CD da Liga Portuguesa de Futebol Profissional confirmou a suspensão de dois anos para Pinto da Costa no âmbito do processo Apito Final. O FC Porto, por seu turno, foi punido com a perda de 6 pontos. Pinto da Costa recorre, salvaguardando a honra do clube, que aceita a decisão, já que "assim em vez de 20 ou 21 fica apenas com 14 ou 15 pontos de avanço".

15/Maio - Por entre uma cilada no Dragão com os jornalistas a serem agredidos por elementos de uma claque (10/Maio), a Federação Portuguesa de Futebol começa a "lavar as mãos" do processo, incluindo o Porto na lista de clubes que participam nas provas europeias em 2008/2009, dando claramente a entender que a UEFA é que vai decidir a questão da Champions.

29/Maio - Entra em cena William Gaillard, director de comunicação da UEFA. Primeiro para "informar" que a eventual exclusão do FC Porto da próxima LC era "uma opção em aberto" (16/Maio), depois para definir a data em que o Comité de Controlo e Disciplina iria deliberar e tomar uma decisão sobre a participação do Porto na Liga dos Campeões de 2008/2009. Em causa estava a possibilidade do tricampeão ser impedido de participar na prova.

31/Maio - José Guilherme Aguiar, vereador da CM de Gaia, ex-VP do FCP (até 1995) e ex-Director da LPFP (até 2002) surge em defesa da causa portista, apontando o caso da Juventus como exemplo. Para este jurista o "requisito da temporalidade dos factos, não das decisões" deve ser o factor determinante na resolução deste caso. Faltando apenas alguns dias para a decisão ser conhecida, vinham a público notícias sobre a intenção do clube de mover processos no Tribunal Administrativo, caso fosse condenado, contra a Liga e a Federação (1/Junho).

4/Junho - O prometido é devido e a FPF enviou a lista de clubes portugueses que iriam participar nas provas europeias com o Porto à cabeça (3/Junho), reiterando não só a sua vontade de passar a "batata quente" para a organização europeia mas também a sua opinião, se bem que tácita, de que o campeão preenchia todos os requisitos para participar nas provas da UEFA. Esta, no entanto, por via da sua Comissão de Controlo e Disciplina suspendia o clube, por um ano, das suas provas. A UEFA, em comunicado, explicava tudo (4/Junho) mas para já "recurso" era a palavra de ordem no reino do dragão.

4/Junho (2) - A defesa portista nesta primeira instância apostava em dois factos que não foram tidos em conta pela UEFA: as semelhanças entre o "Apito Final" português e o "CalcioCaos" italiano e o facto de o Porto considerar que, apesar de não ter recorrido da sentença que lhes tinha retirado 6 pontos do campeonato, um possível deferimento do recurso da suspensão de Pinto da Costa poderia levar a que todas as decisões fossem revistas e, eventualmente, revertidas.

4/Junho (3) - A esta estratégia juntava-se a FPF, que exigia "equidade" face ao caso italiano e que se mostrava surpreendida, segundo o seu presidente, Gilberto Madaíl com esta decisão inicial. Curiosamente, foi o assessor do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol João Leal que, ao afirmar, em fax para a UEFA, que a sentença da Liga em relação ao Porto tinha sido aceite não tendo, por isso, recurso possível, tinha aberto a porta a uma rejeição de (grande) parte da defesa portista.

5/Junho - Segundo o jurista Luís Filipe Carvalho, antigo membro do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, uma possível absolvição de Pinto de Costa determinada pelo CJ da FPF "não resultaria automaticamente numa despenalização do FC Porto, mas abria portas para uma revisão de sentença", algo que a própria UEFA (uma situação levantada também por este jurista) poderia nem sequer levar em conta dado que a alínea d) do ponto 1.04 do Regulamento de Competições da "Champions" não exige condenação formal a nível interno e fala apenas em envolvimento. O requisito (aqui em causa) para a participação nas provas organizadas pela entidade é o de que um clube "não pode estar ou ter estado envolvido em qualquer actividade destinada a viciar ou influenciar o resultado de um jogo, a nível nacional ou internacional", algo que a condenação do FCP, até ao momento, provava.

13/Junho - Com o recurso a ser decidido numa sexta-feira 13 jogava contra o Porto o facto de o CJ da FPF não ter conseguido analisar a tempo o recurso de PC (9/Junho) e a seu favor a presença, em Nyon, de João Leal, o assessor da FPF que tinha sido criticado publicamente por Pinto da Costa. Este "perito técnico" vinha sustentar a teoria, favorável à defesa dos tricampeões, de que o castigo por tentativa de corrupção aplicado ao FC Porto ainda não transitou em julgado, por causa do recurso acima referido.

13/Junho (2) - Com o Benfica e o Vitória de Guimarães também presentes, como partes interessadas, a Comissão de Apelo da UEFA anulou a decisão que tinha sido anunciada em 1.ª instância a 4 de Junho, enviando o processo de volta para a Comissão de Controlo e Disciplina da UEFA, algo que agradou a benfiquistas (13/Junho), interessados em fazer valer a sua opinião junto do CCD e apostando no facto de que tanto o site do FC Porto como o da Liga apresentam as tabelas relativas à classificação do último campeonato com a subtracção de 6 pontos (14/Junho), algo que confirmava que a decisão da CJ transitou em julgado.

16/Junho - A organização que "manda" no futebol europeu revela que o CCD não irá analisar o caso do FCP antes do inicio da prova (LdC 08/09), integrando-o, por isso, na mesma. Esta decisão é motivada pelo facto do CJ da FPF não ter ainda analisado o recurso de PC, demonstrando assim que a teoria que vingou em sede da UEFA foi a "exposta" por João Leal, procedendo-se a uma junção, nem que se considere somente causal, do recurso do líder dos dragões e posterior decisão da entidade europeia sobre o caso do clube (FCP) e da sua capacidade para participar nas competições por esta organizada.

16/Junho (2) - Quem reagiu mal a esta notícia foi o Benfica que não só prometeu recorrer aos tribunais (16/Junho) como responsabilizou João Leal pela alteração de rumo que este processo teve, avançando com um processo de queixa-crime contra o membro da Federação por considerar que este prestou falsas declarações com o intuito de confundir e induzir em erro os membros do Comité de Apelo da UEFA, contribuindo assim para uma decisão motivada não só por incorrecções técnico-jurídicas mas também pelo facto de João Leal ter confessado a sua ignorância em relação à matéria de facto sobre a qual ia depor, ou seja, a transição em julgado da anterior decisão da CJ da Liga em punir o FC Porto com seis pontos.

17/Junho - O Porto recebe a notícia de que, em princípio, estará imune de uma posterior decisão negativa sobre PC, não podendo a sua participação nas provas europeias em 2009/2010 estar afectada, visto que as suas infracções são consideradas pela Comissão de Apelo como de âmbito disciplinar e não administrativo (como o Comissão de Controlo e Disciplina considerava), não estando por isso sujeitas a uma aplicação do principio da retroactividade.

20/Junho - A FPF clama por neutralidade em todo este processo, secundada pelo "nosso conhecido" William Gaillard (18/Junho), o director de comunicação da UEFA. Fica assim, para já, esta saga do futebol nacional.

27/Junho - O Benfica e o Vitória de Guimarães recorrem da decisão da UEFA de incluir o FC Porto na edição deste ano da Liga dos Campeões para o Tribunal Arbitral de Desporto (TAS). Os dois clubes pretendem assim reverter a decisão da Comissão de Recursos da UEFA, que anulou a decisão de primeira instância da UEFA, recusando a admissão do FC Porto na Liga dos Campeões 2008/09.

27/Junho - Entretanto, Nuno Espregueira Mendes, administrador da FC Porto Multimédia e ex-administrador da SAD dos "Dragões", era condenado a 6 anos de prisão efectiva por burla qualificada. Entre outros tinha "emprestado" dinheiro do Banco Mello ao FC Porto (2,5 milhões de euros), a Joaquim Oliveira (10 milhões de euros), a Adelino Caldeira, administrador da FC Porto, SAD (2,1 milhões de euros) e a António Oliveira, principal accionista individual da SAD portista (2,5 milhões de euros). Entre os burlados contam-se personalidades como Drulovic, Zahovic, Secretário e Rui Moreira. A todos eles o banco devolveu o capital "investido" na burla.

4/Julho - Começa a dança das "escusas". A primeira foi levantada sobre o Presidente do CJ da FPF, Gonçalves Pereira, pelo Paços de Ferreira no âmbito dos recursos do Boavista por este ser vereador da Câmara Municipal de Gondomar, Câmara da qual Valentim Loureiro, arguido em 2 dos 3 processos dos axadrezados, é Presidente; a segunda, é levantada pelo FC Porto, alegando este que João Carrajola Abreu, o relator do caso relativo ao jogo FC Porto-Estrela da Amadora é também perito da Comissão do Estatuto, da Inscrição e Transferência de Jogadores, existindo por isso uma incompatibilidade funcional que no caso impediria o visado de participar nas votações envolvendo o clube. Escusado será dizer que o CJ da FPF reuniria nesse dia para analisar os recursos do FCP e do Boavista.

4/Julho (2) - Antes da dita reunião começar, Gonçalves Pereira, presidente do órgão em causa, ainda teve tempo para informar que não prescindiria do seu voto de qualidade, não dando por isso provimento ao pedido do Paços.

5/Julho - Ironicamente são precisamente estes dois pedidos de escusa que causam a interrupção da reunião num primeiro momento (com a saída do Presidente e Vice-Presidente do órgão e afixar de uma "acta" concluindo-a por não existirem "condições éticas" para a sua realização - 7/Julho) continuando esta apenas com os cinco conselheiros que, após sete horas de discussão e deliberação, decidem não dar provimento aos recursos apresentados mantendo assim as sentenças que punem os axadrezados com a descida de divisão por 3 actos de coacção sobre árbitros e o presidente do FC Porto com 2 anos de suspensão por 2 tentativas de corrupção. Importava agora, mediante este desfecho, apurar se existia legitimidade nas acções do CJ e determinar o que seria considerado nesta reunião para se poder notificar os visados.

7/Julho - Por entre acusações de coação feitas ao Presidente do CJ pelo conselheiro João Abreu (5/Julho) e afirmações deste de que não se encontra suspenso e que a reunião terminou aquando da sua saída da mesma e subsequente "acta" (5/Julho), o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, no seu espaço televisivo semanal, comentou a situação, dando razão a Gonçalves Pereira no que diz respeito ao fim da reunião e competência do presidente do órgão da FPF para a terminar. Ficavam por responder as questões relacionadas com a escusa levantada pelo Paços de Ferreira e com a capacidade dos Conselheiros do CJ para suspender Preventivamente o seu Presidente.

7/Julho (2) - As reacções sucedem-se, e vão desde os partidos políticos (CDS e PS), que exigem a intervenção do governo; a individualidades, como o Professor de Direito do Desporto, José Manuel Meirim que salienta a necessidade de se analisar todo este processo e os seus vários momentos, em especial aquele referente à instauração de um processo disciplinar a Gonçalves Pereira quando o órgão de justiça federativo se preparava para decidir os recursos de Boavista e de Pinto da Costa (5/Julho). Porém, é o Presidente da FPF, Gilberto Madaíl, que profere as afirmações mais revoltadas com a situação, pedindo aos membros do Conselho de Justiça da Federação que preside que rectifiquem "a má imagem que foi passada para a opinião pública" e qualificando aquilo que se passou de "inaceitável e incompreensível".

9/Julho - Não surpreendendo o facto de o Porto tencionar entregar uma reclamação junto do Tribunal Administrativo, algo natural (5/Julho), algo que o Boavista também faz (9/Julho); constitui uma novidade a notícia que dá conta da acção do presidente do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, Gonçalves Pereira, que avançou com duas providências cautelares no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, pretendendo assim suspender a eficácia das decisões tomadas pelos 5 conselheiros na reunião por ele terminada.

9/Julho (2) - A direcção da Federação Portuguesa de Futebol, depois de se reunir extraordinariamente e abordar estes assuntos (6/Julho), tendo já notificado os clubes envolvidos das decisões resultantes da reunião do CJ do dia 4/5, contrata o Prof. Diogo Freitas do Amaral para liderar um processo de averiguação e emitir um parecer sobre os actos dos membros do CJ na supra citada reunião.

9/Julho (3) - Entretanto, após uma primeira reunião da Assembleia Geral da Liga onde se conseguiu passar algumas de várias medidas propostas pelo CD desta contra a corrupção e o tráfico de influências (2/Julho), na reunião seguinte, por proposta de um grupo de clubes entre os quais se contava o FCP (representado por Guilherme Aguiar - 9/Julho), os trabalhos são suspensos, ficando assim as alterações regulamentares por aprovar e vendo o sua entrada em vigor adiada (caso, na próxima reunião sejam aprovadas) por mais uma época desportiva.

10/Julho - A UEFA, pela voz do seu director de comunicação, William Gaillard, faz saber que vai esperar pela decisão do TAS relativamente aos recursos de Benfica e Vitória de Guimarães para tomar qualquer tipo de posição. O Tribunal Arbitral do Desporto informa que tomará uma decisão no dia 15 deste mês (8/Julho).


Enquanto esperamos pelos próximos desenvolvimentos de um verdadeiro épico nacional podemos sempre ir acompanhando, por alternativa à voz (ou texto) dos críticos e/ou comentadores, a opinião dos intervenientes, aqui tão bem exposta na pessoa do Major Valentim Loureiro (aqui) que, por entre críticas e acções visando difamar e descredibilizar o Presidente do CD da Liga, Ricardo Costa, que teve "claramente uma intenção persecutória em relação ao Boavista e a Jorge Nuno Pinto da Costa", estando "com fome de evidenciar-se", considerou todo este processo uma "guerra Norte-Sul", na qual "alguns frustrados pelos seus resultados desportivos querem contentar os seus apaniguados". Salve-se a contratação de Freitas do Amaral que, nas palavras do Major não foi nomeado, mas sim contratado, fazendo-se pagar bem (como jurista) por isto.

Não existindo necessidade de prejudicar ainda mais a imagem do futebol nacional e das instituições que o gerem em Portugal, nomeadamente a FPF e a LPFP, não se podem compreender este tipo de declarações que, a mim, mesmo que analisadas de uma forma minimamente imparcial esbarram com a cruel realidade dos factos, com a acumulação de cargos, favores e influências, com a sucessão de coincidências que observamos quando escrutinamos as pessoas envolvidas nas situações. Estes casos, para além de causarem transtorno e muita desilusão a qualquer adepto, impedem muito boa gente de fazer juízos de valor que não estejam, à partida, condicionados por uma imensa irritação causada pelo óbvio, por aquilo que só quem não quer não vê, mesmo que faça um esforço para ser imparcial e se abstrair. Algo que fiz aqui.


ACTUALIZAÇÃO

25/Julho - O Prof. Freitas do Amaral entrega o seu parecer à FPF, indo a direcção desta analisar o mesmo na sua reunião de segunda-feira (28/Julho). O parecer é bastante crítico no que diz respeito à conduta do Presidente do CJ da FPF, considerando o comportamento de António Gonçalves Pereira, ofensivo para "o princípio do Estado de Direito Democrático e o princípio constitucional da imparcialidade no exercício de funções públicas".

25/Julho (2) - Freitas do Amaral susta que "a decisão de encerramento (da reunião) tomada pelo Presidente do CJ foi um acto nulo e de nenhum efeito" e que este (o Presidente) devia ter incluído no início da ordem de trabalhos dessa reunião os pedidos de escusa que lhe foram dirigidos, uma omissão que deveria acarretar uma punição disciplinar.

25/Julho (3) - O Professor afirma ainda que não encontrou, "em qualquer das decisões tomadas na terceira parte da reunião do CJ, qualquer ilegalidade orgânica, formal ou procedimental / processual", sugerindo ainda aos responsáveis da FPF a realização de eleições intercalares para o seu órgão jurisdicional, considerando-o "ferido de morte" e sem "condições, internas ou externas, para continuar a exercer as suas funções".

25/Julho - As reacções sucedem-se e até aqui destacam-se duas que se opõem: a de Guilherme Aguiar, que apesar de mostrar algum desconhecimento acerca do conteúdo e construção do parecer, se manifestou "surpreendido" com o parecer do Prof. Freitas do Amaral, que rotulou de "fantasioso" e de "regresso ao período revolucionário"; e a do Professor de Direito do Desporto, José Manuel Meirim que, mesmo avisando que um parecer não é vinculativo e que os tribunais e os órgãos jurisdicionais podem decidir de forma contrária ao mesmo, considera que este documento sempre pode trazer alguma estabilidade às decisões da FPF.

Após sabermos que o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) não deu provimento aos recursos apresentados por Benfica e V. Guimarães, colocando o FC Porto vai na Liga dos Campeões 2008/09 (15/Julho), e que os Tribunais Administrativos aceitaram as provisões cautelares entregues pelo Boavista, Porto e Gonçalves Pereira, que vai a FPF (e a Procuradoria-Geral da República, que também vai receber um exemplar do parecer, mediante sugestão do autor do mesmo, que conclui que existe nos factos matéria mais que suficiente para se proceder a uma investigação
) fazer com este documento?

O que sucede ao Boavista, ao Paços de Ferreira, a Pinto da Costa e ao Porto com este parecer e subsequentes decisões que a FPF irá tomar na próxima segunda-feira?

Mais importante (porque o Boavista deve 15 milhões de euros ao fisco e dificilmente conseguirá inscrever-se nas ligas profissionais de futebol - quer se trate da sagres ou da vitalis), o que sucede a Benfica e Guimarães, que foram penalizados por uma decisão do TAS que se assentou nas dúvidas que existiam sobre a aplicabilidade das decisões do CJ da FPF por força da possibilidade de se interpor recurso destas para tribunais administrativos?


Ficamos todos à espera dos desenvolvimentos nesta já épica saga sobre os meandros do futebol nacional...

Para já fica AQUI o link para o parecer em causa, na versão disponibilizada pela Federação Portuguesa de Futebol, que não possui a adenda com as recomendações do Professor, bem como os anexos I a III (contendo a certidão e cópias certificadas emitidas pela FPF) e IV (com a minuta da declaração de voto emitida pelo vogal dr. Mendes da Silva).

domingo, 29 de junho de 2008

Road to Vienna: 2008 final.

Depois da fase de grupos vem aquela fase crucial. Em 90 minutos um erro pode fazer a diferença entre a vitória e uma eliminação. É nesta fase que se apura, afinal, quem veio ao Campeonato para ganhar e quem é que o consegue fazer. Oito equipas procuram chegar - pela primeira vez ou seguindo uma longa tradição - à final no estádio Hrnst Happel. Esta é a 13ª final, a sexta para os alemães, a terceira para os espanhóis. Não me arrisco a determinar um vencedor à partida, mas apoiarei a Espanha. Deixo aqui um resumo dos quartos e das meias, bem como a minha convocatória ideal para este Euro2008.

Quartos de Final

POR - GER
CRO - TUR
HOL - RUS
SPA - ITA

Num duelo de "primeiros" contra segundos", valeu a uma Alemanha muito eficaz a fraca finalização portuguesa e o desacerto na defesa das bolas paradas; a Turquia mostrou (novamente) de que fibra era feita, nunca desistindo e eliminando uma Croácia nos penalties quando já todos acreditavam que ela estava qualificada; a Rússia enfrentou, com muita coragem e um enorme Arshavin, todos os prognósticos e eliminou a Holanda, até então, melhor equipa e favorita, que não soube nem conseguiu deter a grande surpresa da competição; e a Espanha, num jogo muito especial, num dia historicamente fatídico, que importava superar se "nuestros hermanos" queriam ser campeões, venceu e eliminou nos penalties os campeões do mundo. Por entre desilusões (Portugal e Holanda) e surpresas (Turquia e Rússia) estavam encontrados os semi-finalistas. Pelo caminho ficavam as duas equipas que mais prometiam, eliminadas e condenadas a esperar mais quatro anos por uma hipótese de alcançarem a glória europeia.

Meias Finais

GER - TUR
RUS - SPA

Entre as últimas quatro equipas encontravamos duas surpresas e dois históricos. A Turquia, que pouco faltava para ter que jogar com o "águas", tendo em conta os castigados e lesionados e que mesmo assim encostou os alemães ás cordas, tendo estes passado á final cortesia de um golo de Lahm. Fatih Terim, que tinha visto uma equipa derrotada (contra Portugal) a transcender-se a passar no seu grupo e nos "quartos", saía agora de cena, vencido no seu próprio jogo e sem que a sorte lhe concedesse menos lesões e castigos. E a Rússia, que tinha empolgado os amantes do futebol com o seu desempenho, muito graças ao organizador do Zenit, uma das figuras da competição, mas que nunca, nem na fase de grupos, nem nas "meias", foi capaz de contrariar uma Espanha determinada a não desiludir, em chegar á final. Algo que, diga-se de passagem, fez muito bem.

Os meus 23 deste Euro:

Guarda Redes
Iker Casillas
Gianluigi Buffon
Igor Akinfeev

Defesas
Pepe
Carlos Marchena
Carles Puyol
Per Mertesacker
Philipp Lahm
Razvan Rat
José Bosingwa
Yuri Zhirkov

Médios
Michael Ballack
Marcos Senna
Deco
Bastian Schweinsteiger
Andrei Arshavin
Cesc Fabregas
Lukas Modric
Hamit Altintop

Avançados
David Villa
Fernando Torres
Lukas Podolski
Roman Pavlyuchenko

E agora, como diria o grande Eric Cantona num anúncio da Nike: "La grand finale..."

Euro 2008 (fase final) COMPLETO

Para verem o quadro no seu tamanho real carreguem na foto!
(após cada jogo ele actualiza-se com informações - quadro completo!)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Análise da 3ª jornada: pontos positivos e negativos.

Na última ronda da primeira fase da competição, as posições atingem extremos e a necessidade ou de pontuar ou de fazer descansar os jogadores mais utilizados na temporada, comanda e condiciona as decisões dos 'managers' das selecções do Euro. Assim, e ao contrário do que sucede na 1ª e 2ª jornadas, alguns jogos acabam por perder parte do seu interesse, mesmo tratando-se de encontros agradáveis e bem disputados, por não existir nada a definir no grupo em causa. Outros desafios, pelo contrário, são 90 minutos de constante busca por uma última vaga, pelos últimos pontos, por um lugar nos quartos-de-final. Jogos que só acabam, verdadeiramente, quando o árbitro apita para o final da partida.


Grupo A:

+ Nihat e a Turquia. Não foi em 10 ou em 15 minutos que a selecção do bósforo consumou a reviravolta fantástica que lhes deu a vitória sobre os checos. O jogo terminava, salvo descontos, aos 90 minutos, mas Kahveci Nihat, em 3 minutos, primeiro graças a um erro de Cech (87') e depois com um golão muito bem colocado (89') deu a volta a um resultado que, desde os 60 minutos já começava a parecer mais que definitivo. Há que destacar o sacrifício e esforço dos turcos antes e depois da expulsão do guarda-redes Volkan (castigado por 2 jogos) num jogo que foi verdadeiramente decidido ao 'photo-finish'.
- A nossa segunda linha. Depois da derrota um amigo meu disse-me uma frase que, reproduzindo aqui de forma mais ou menos imprecisa, exprimia um desejo muito real para todos os que assistiram á despedida da selecção organizadora: "levem daqui os miúdos, tragam lá os homens". É verdade que tivemos azar, é verdade que o árbitro podia, numa situação ou outra, ter decidido de forma diferente, mas nada disso justifica o enxoval que foi levarmos 2 golos sem resposta de uma equipa suíça que não tinha qualidade para se qualificar caso o Europeu não fosse em sua casa. Mais parecia, a certa altura, que estávamos num jogo de despedida do seleccionador helvético e que os "amigos de Portugal" estavam a jogar contra os "amigos do Kobi". Só faltou entrar o Stéphane Chapuisat, o Alain Sutter e o Ciriaco Sforza e podíamos chamar ao jogo "Switzerland All-Stars: The gathering". Palmas para o Scolari que certamente descansou a equipa. O jogo contra a Alemanha dirá se fez bem ou não. Eu gostava de ter ganho o jogo, mas como isso não estava previsto no "menu" e eu não sou o treinador, fico contente por saber que ele também não contava para nada. Safaram-se o Ricardo e o Nani (na pintura, é claro).


Grupo B:

+ A Áustria. Quando os apostadores dão a uma equipa 3% de hipótese de vencer e ela aguenta-se 49 minutos sem sofrer golos e esta, mesmo assim, depois de se ver a perder, não se dá por vencida e tenta, na medida das suas capacidades, chegar ao empate, é minha opinião que deve ser saudada. Foi esse o caso da Áustria, que antes de entrar em campo já tinha, para todos os comentadores, casas de apostas e outros do género, perdido este jogo. Não acreditei que eles pudessem ganhar, mas acho que a Alemanha tinha obrigação de fazer melhor que isto, bem melhor que isto. Boas indicações para Portugal ou gestão de esforço? Amanhã vamos descobrir...
+ Croácia. Parabéns á equipa croata por vencer sem espinhas um grupo onde não eram favoritas e por vulgarizarem uma Polónia que nos deu imensas dificuldades (e acabou á nossa frente) na qualificação. O grupo de Slaven Bilic já não tem as estrelas de 96 e 98, por exemplo, mas mesmo assim, com uma boa mistura de veteranos (alguns trintões mesmo) e jovens (Rakitic, Modric e Kalinic, entre outros) cumpre com os objectivos, surpreendendo na Qualificação e agora no Grupo B deste Euro2008.


Grupo C:

+ Italia. A Squadra Azzurra conseguiu vencer a França e lá se qualificou, contando com a vitória da Holanda sobre a Roménia que tinha mesmo que vencer este jogo e que perante a, até agora, melhor equipa do torneio, não o conseguiu. Uma questão fica agora por responder: como irão os campeões do mundo jogar, sem Pirlo e Gattuso, contra a Espanha?
- Raymond Domenech. Um leitor atento poderia dizer que eu estou numa cruzada contra o seleccionador francês, que ainda estou zangado por causa do Mundial de 2006 e do Europeu de 2000, que não gosto da França ou dos seus jogadores. Não é verdade. Mesmo não sendo a minha favorita lamento aquilo que lhe sucedeu. Mais importante que isso, é o facto de achar que a culpa por estes falhanços europeus (2004 e 2008) não é só dos jogadores mas também do treinador (devendo, a meu ver, começar por ele), sendo normal que ele assumisse a responsabilidade por se incompatibilizar com jogadores como Trezeguet, por escolher os convocados e os titulares nos jogos, por definir a táctica e as substituições, enfim, pela gestão do conjunto gaulês (que aqui para nós, foi um desastre). Se calhar foi uma sucessão de azares, se calhar foi uma preparação deficiente, eu sinceramente não sei qualificar o motivo (ou motivos) pelos quais eles falharam (a falta de Zidane não explica nem justifica tudo), mas para bem dos "bleus" espero que um discurso de confiança e preparação para o futuro não substitua aquilo que já devia ter sido feito: mostrar a porta de saída ao Sr. Domenech.


Grupo D:

+ Guus Hiddink. Costuma usar-se a expressão "venceu e convenceu", quando uma exibição ou o trabalho de uma pessoa superou aquilo que era esperado. No caso do seleccionador da Rússia, Guus Hiddink, eu contento-me com um "venceu". Venceu quando tinha que vencer, foi inteligente na sua convocatória, ganhou aposta com Arshavin (rendeu-lhe um golo contra a Suécia) que foi convocado para a prova lesionado e qualificou-se para os quartos-de-final. A selecção russa disputa com a Croácia o título de equipa-surpresa desta competição. Este holandês, goste-se ou não dele, para além de ser um verdadeiro 'globetrotter', vai acumulando desempenhos impressionantes (e títulos) ao comando de equipas e selecções. Numa raríssima excepção, deixo aqui um link para que conheçam o percurso deste técnico ao longo dos anos.
+ A segunda linha deles. Quem são "eles" a que me refiro? Possuem mesmo uma segunda linha de jogadores assim tão forte? Falo da Espanha e não, não acho que possuam uma retaguarda de jogadores capaz de vencer qualquer um. Mas que equipa é que possui. E frente ao actual campeão europeu em título, Güiza, De la Red 'e sus compadres' foram perfeitamente capazes de alcançar a vitória. Não sem sofrerem primeiro, não sem que o golo da vitória chegasse ao 'cair do pano', mas com mérito.

sábado, 14 de junho de 2008

Análise da 2ª jornada: pontos positivos e negativos.

Volvida mais uma jornada do Europeu, descobrimos que, fosse por intenção da organização ou pura coincidência, o calendário dos jogos acabou por determinar que os 8 jogos da ronda fossem, em quase todos os grupos (com ligeira excepção para o Grupo C), disputados entre as equipas "aflitas" e entre os vencedores da ronda anterior. Em todo o caso, gostei dos jogos (tanto ou mais disputados) e fica aqui a minha análise aos resultados e respectivas consequências em termos de classificação:


Grupo A:

+ Deco. Eu sei que o Cristiano Ronaldo é que foi considerado o melhor jogador em campo contra a República Checa mas achei que, se calhar, o prémio (e o destaque) deveriam ter ido para o luso-brasileiro. Não estou nem quero retirar mérito aos outros jogadores portugueses (que fizeram uma grande exibição) apenas saliento um nome que gostei de ver.
+ A Turquia. Que foi buscar, bem no limite do possível, o golo que lhe deu a possibilidade de se qualificar, eliminando assim a Suíça, que contra Portugal já só cumpre calendário. Parabéns aos turcos, que sobrevivem para lutar mais um dia e disputarem a passagem aos quartos-de-final com a R. Checa, num jogo que deve ser bem interessante, tendo em conta o estilo diferente das equipas envolvidas e a importância do mesmo.
- Scolari. Esta vai ser um pouco controversa, porque estou mesmo muito agradecido pelos resultados e pela tranquilidade que o brasileiro trouxe para a selecção nacional e porque não estou nada ressentido com o facto de ele ir treinar o Chelsea. Apenas deixo aqui esta nota por duas razões: primeiro, porque achei que, com mais ou menos impacto nos jogadores, não era necessário nem correcto anunciar isto a meio do Europeu; segundo, porque se não gosto de ver dirigentes da UEFA a comentarem, durante uma prova, sobre quais são os finalistas que eles gostariam de ver (vide Euro 2000) também não aprecio que um responsável por uma equipa nacional favoreça implicitamente, mesmo que não-intencionadamente e apenas por via de comentários, o seu homólogo de uma nação do mesmo grupo.


Grupo B:

+ Croácia. Com Luka Modric á frente nos elogios feitos a este conjunto croata que, contra os favoritos Alemanha, rectificou a exibição do primeiro jogo e causou a maior surpresa do campeonato. Não sei se o jovem vale os 21 milhões de euros pagos por ele mas não duvido que os croatas, ao evitarem a selecção das quinas (no imediato) na fase seguinte, fizeram algo muito inteligente, deixando ainda por cima o segundo lugar em disputa entre as restantes três nações.
+ Áustria e Polónia. Grande jogo entre duas equipas que precisavam de ganhar para aspirarem á qualificação. Acabaram por empatar, mas mesmo assim não deixaram de proporcionar um bom espectáculo a todos aqueles que, no estádio ou na tv, assistiram á partida. Surpresa das surpresas, com a derrota alemã, os austríacos ainda se podem qualificar ("só têm" que ganhar o seu último jogo) deixando os adeptos da Polónia à espera de um milagre nos dois jogos que restam por realizar (do grupo).
- Alemanha. Tal como no caso do Grupo A, esta nota poderia nem estar aqui, posto que expulsões acontecem no futebol (se bem que não sejam desejadas) e Portugal não é de certeza absoluta o melhor exemplo de bom comportamento; mas é um facto que a Alemanha não foi capaz de ultrapassar a Croácia e acabou por expressar isso da pior forma, no caso com a expulsão de Bastian Schweinsteiger. Uma enorme surpresa aquilo que aconteceu neste jogo, mas o futebol é feito disto, de surpresas, e os outrora claramente favoritos alemães vêm-se agora em dificuldades e obrigados a ganhar (algo que acho que vão fazer) à Áustria para passarem à fase seguinte.


Grupo C:

+ A Holanda. Mais que "laranja mecânica", esta selecção é uma autêntico rolo compressor, esmagando tudo quanto lhes aparece pela frente, confirmando frente á França aquilo que o jogo com a Itália já tinha dado a entender: os holandeses estão aqui para ficar, vencer (e dar espetáculo).
+ (E) a Roménia. Há que dar os parabéns aos comandados de Piturca. Fizeram o que podiam contra a França, arriscaram um pouco mais contra a Itália. Pelo meio, conseguiram dois pontos e (para já) o segundo lugar na classificação. Creio que, à vontade romena, temos que acrescentar, na lista de factores que condicionam a sua potencial qualificação, a postura da Holanda, que já qualificada, terá a última palavra a dizer no jogo contra os 'underdogs' deste grupo.
+ Wesley Sneijder e "Gigi" Buffon. Um, sério candidato a Jogador do Torneio, no meu entender, se a Holanda continua a jogar como joga. O jogador do Real Madrid já foi por duas vezes o melhor em campo e vai oferecendo exibições de altíssima qualidade não só individual mas também em termos de contribuição para o colectivo da laranja. Outro, o 'keeper' da Itália, impediu - e de que maneira - que a Roménia selasse a qualificação para a fase seguinte. Que jogadores...
- França. Apesar daquilo que possa escrever, considero uma pena que os gauleses tenham (quase) saido na primeira fase do campeonato, mas num grupo como este alguém tinha que ficar para trás e eu preferia que Holanda e a Itália conseguissem passar aos quartos-de-final. Vamos ver se assim sucede... ou se na última jornada um autêntico milagre "safa" os homens de Domenech.


Grupo D:

+ Espanha - Suécia. Num jogo muito disputado entre os dois candidatos, venceu a Espanha, que continua a mostrar-se muito forte. À atenção de interessados em vencer o Euro 2008, "nuestros hermanos" estão apostados em não desiludir... desta vez. A Suécia vai jogar com a Rússia pelo segundo lugar. Uma partida a não perder.
- Grécia. Como eu esperava (e desejava), os gregos estão fora da prova. Sem jogar algo que se apresente, com uma táctica que já toda a gente conhece e viu, esta equipa teve sorte em apenas sofrer três golos até aqui. Não lamento a saída da Grécia, bem pelo contrário, e saúdo a Rússia que podia ter marcado mais do que um golo.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Análise da 1ª jornada: pontos positivos e negativos.

Terminou hoje a primeira jornada do Euro 2008 e fica aqui a minha apreciação do melhor e do pior desta primeira sequência de 8 jogos. Porém, antes de a apresentar fica aqui a minha nota transversal em relação às lesões que têm afectado todas as equipas participantes (em maior ou menor quantidade).
Esta é a prova que reúne as melhores nações deste continente e a última coisa que se pretende é que a esta festa faltem os melhores executantes de cada país. Queremos ganhar aos melhores. Por isso lamentamos as lesões que grassam por todas as convocatórias. Posto isto, deixo-vos com a análise (sucinta e separada por grupos) da primeira jornada do campeonato europeu:


Grupo A:

+ Portugal. Cabeças de série, favoritos no grupo, como lhes quiserem chamar. A vitória por 2-0 (podiam ter sido 5) contra a Turquia, que era apontada por muitos como o adversário mais difícil dos 3 que vamos enfrentar por agora, confirmou credenciais e preparou, para a segunda jornada, a conquista do primeiro lugar nesta fase.
+ Pepe, Moutinho e Quim. Se os dois primeiros, por motivos óbvios, são menções quase obrigatórias, o terceiro nome, o do guarda-redes benfiquista que se lesionou é uma menção muito estranha, originada por uma opinião muito original, que eu fui "buscar" a um dos autores do blog, o Tomás. A lesão de Quim, se bem que muito infeliz, encerrou a questão da titularidade na baliza e deu a Ricardo a oportunidade de entrar em campo não com duas ou três prioridades em cima dele (exibir-se bem, não dar erros, manter o lugar), algo que se notava que vinha a afectar o antigo 'keeper' leonino, mas apenas uma, cumprida com segurança: ajudar a equipa a vencer.
- República Checa. Para quem se qualificou como os checos se qualificaram, chegar ao europeu e fazer um jogo tão pobre contra a Suíça é uma desilusão. A renovação que Karel Brückner prometia é, até agora, um enorme bluff. Plasil, Sionko e Jarolim não são substitutos de Nedved, Rosicky e Poborsky e a decisão de manter Milan Baros no banco não se compreende. Todavia, e é importante salientar este ponto, ainda faltam duas jornadas...
- A fruta. E quando digo "fruta" não me estou a referir a maçãs ou abacates, mas sim á monumental quantidade de pancada que os jogadores da Turquia nos deram no jogo de dia 7. Não sei se, como em outras provas, existe uma comissão que, depois dos jogos, analisa as situações que, durante as partidas não foram abordadas e que merecem uma sanção disciplinar mas creio que, a existir, as "entradas" sobre Nani, Simão e C.Ronaldo deveriam ser alvo de um inquérito. Jogadores como Servet não deviam voltar a jogar e faltas como as que sofremos, que podiam muito bem ter arruinado com a carreira dos nossos alas, não deviam ser permitidas. A táctica turca, por mais eficaz (e suja) que possa ser, não deve ser aplicada á margem das leis do jogo.


Grupo B:

+ Podolski, Gómez e Klose. Fizeram a vida negra aos polacos e culminaram uma exibição colectiva que mostra que, acima de tudo, esta Mannschaft é candidata. Parabéns ao treinador Löw por conseguir anular Smolarek e companhia, impedindo-os de atacarem uma vez que seja (com perigo) a baliza de Jens Lehmann.
- Insonso. O jogo entre a Áustria e a Croácia. Não gostei de ver nenhuma das selecções e juro que não compreendo como é que os croatas acham que o Luka Modric pode ser o melhor jogador do Euro. A verdade é que eu não espero ver muito da selecção da casa, mas a Croácia possui qualidade para disputar a passagem no grupo. Fico á espera que melhorem a qualidade do jogo, visto que nada tenho a acrescentar em relação aos resultados (ganharam o jogo em causa).
- Leo Beenhakker. Num gesto de coragem ou de alguma burrice, Leo Beenhakker afirmou que não alteraria nada na estrutura da sua equipa para o jogo com a Alemanha. Devia ter mudado. O ex-seleccionador da Trinidade e Tobago quis mostrar que a Polónia está por mérito próprio no Europeu, o que é verdade. Mas a meu ver, cometeu um erro crasso.


Grupo C:

+ Holanda. Uma vitória demolidora sobre os campeões do mundo concede a qualquer equipa uma injecção de moral e de confiança para o resto da prova. A equipa "laranja", parente pobre dos três grandes presentes no grupo já leva vantagem sobre a França e sobre uma Itália que até podia ter marcado mas que, paradoxalmente, sofreu imenso com o contra-ataque holandês. Uma brilhante exibição do conjunto de Van Basten e, até ver, o melhor jogo da competição.
+ Roménia. Um ponto contra os gauleses, conquistado com maior ou menor dificuldade, vale sempre imenso. A equipa de Piturca, com muita defesa e coragem, arrisca-se a repetir a façanha de 2000, quando deixou dois colossos para trás e passou à fase seguinte. Eu não acredito que isso venha a acontecer mas mesmo assim este empate é um bom começo para a equipa de Mutu e dá-lhes algo porque lutar para o próximo encontro contra a Itália.
- França. Esperava-se mais desta selecção. Acidente de percurso ou prenúncio do fim para Raymond Domenech? Como é que se passam 90 minutos com apenas um remate á baliza (Benzema, 52')? Na próxima semana o jogo contra a Holanda é fulcral para as aspirações dos "bleus". Se a Roménia não perde o encontro, os franceses estão obrigados a pontuar para não terem que fazer contas na última jornada.


Grupo D:

+ Villa, David Villa. O avançado foi o principal responsável pela primeira goleada do europeu. Três golos e um bom entendimento com Fernando Torres marcaram um jogo bastante agradável de se ver, uma partida em que a Rússia fez o que podia frente a uma Espanha que, no seu melhor estilo, se fartou de marcar, contrapondo as tentativas de Pavlyuchenko com os golos de contra-ataque. A questão que se põe neste momento é a do costume: e agora, Espanha? Será que finalmente arrancam para uma candidatura a sério ou esta vitória é apenas "fogo-de-vista" no caminho para a habitual desilusão que são as prestações de "nuestros hermanos"?
+ Os golos. Nos jogos do Grupo D tivemos quase tantos golos (7) como nos outros jogos todos (9) juntos. Não é uma crítica, antes uma nota positiva, algo que importa realçar. O futebol não vive sem golos e poder ver executantes tão bons como Torres, Villa e Ibrahimovic é mais do que um prazer, é um privilégio.
- 2-0. A Suécia não merecia levar com estes tipos pela frente. A Grécia voltou a fazer das suas e, fiel ao seu lema, ξεπεραστεί από την ανία, "pelo tédio venceremos", tentou arrancar um ponto na sua caminhada para o empate (vitória só se for necessário) final. Quase conseguiu. Em cinco minutos os suecos marcaram dois golos e selaram aquele que se espera que seja o destino desta equipa, a derrota. Não apenas porque ganharam o "nosso" Euro2004, mas sim porque defender não chega, porque não vejo qualidade nesta equipa para passar o grupo e, acima de tudo, porque não acho que se justificava, perante este adversário, ver a selecção campeã a jogar claramente para o empate.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Road to Euro 2008: a Holanda

O uso, quer seja por meio de uma simples referência ou por meio de uma ligação intencionalmente estabelecida, das expressões "laranja" e/ou "mecânica" quando associadas à principal selecção holandesa de futebol tornou-se há muito tempo um lugar-comum. Tentei evita-las porque, sem conquistas desde o Europeu de 1988, a Holanda somente conseguiu, depois dessa final contra a União Soviética, chegar a três meias-finais (1992, 2000, 2004) tendo, no entanto, como pior registo, uma eliminação nos quartos-de-final (1996, perdeu por 5-4 com a França nos 'penalties'). Para os adeptos, saudosos do "futebol total" e da "laranja mecânica", a sua selecção tem falhado, perante a pressão e exigências postas nela, numa visão de 'copo meio vazio' própria de quem vê a sua equipa sempre conotada como uma das favoritas e ambiciona vitórias.

Com uma qualificação não muito difícil, disputada em especial contra a Roménia e a Bulgária, a Holanda apurou-se para o Euro 2008 após ter ficado em segundo lugar no Grupo G, com mais um ponto que os búlgaros e menos três que os romenos. Marcando poucos golos (15) e sofrendo ainda menos (5 golos sofridos fizeram deles a melhor defesa da fase em conjunto com a França e R.Checa), os comandados de Van Basten chegam ao Europeu da Áustria e da Suíça com mais um bom conjunto de jogadores, que inclui muitos "veteranos" (como Ruud van Nistelrooy e Edwin van der Sar), que têm nesta prova a sua última oportunidade para conquistarem algo pela equipa nacional. Fica aqui a lista de convocados:

Guarda-redes
01 Edwin van der Sar (C)
(Manchester United - 37 anos)
13 Henk Timmer
(Feyenoord - 36 anos)
16 Maarten Stekelenburg
(Ajax - 25 anos)

Defesas
02 André Ooijer
(Blackburn Rovers - 34 anos)
03 Johnny Heitinga
(Ajax - 24 anos)
04 Joris Mathijsen
(Hamburgo - 28 anos)
05 Giovanni van Bronckhorst
(Feyenoord - 33 anos)
12 Mario Melchiot
(Wigan - 31 anos)
14 Wilfred Bouma
(Aston Villa - 29 anos)
15 Tim de Cler
(Feyenoord - 29 anos)
21 Khalid Boulahrouz
(Sevilha - 26 anos)


Médios
06 Demy de Zeeuw
(AZ Alkmaar - 25 anos)
08 Orlando Engelaar
(Twente - 28 anos)
10 Wesley Sneijder
(Real Madrid - 24 anos)
11 Arjen Robben
(Real Madrid - 24 anos)
17 Nigel de Jong
(Hamburgo - 23 anos)
20 Ibrahim Afellay
(PSV - 22 anos)
23 Rafael van der Vaart
(Hamburgo - 25 anos)

Avançados
07 Robin van Persie
(Arsenal - 24 anos)
09 Ruud van Nistelrooy
(Real Madrid - 31 anos)
18 Dirk Kuyt
(Liverpool - 27 anos)
19 Klaas-Jan Huntelaar
(Ajax - 24 anos)
22 Jan Vennegoor of Hesselink
(Celtic - 28 anos)

Numa primeira análise, e tendo em conta que dos 23 originais apenas falta Ryan Babel, substituído por Khalid Boulahrouz, eu diria que a maior vulnerabilidade desta equipa se situa, paradoxalmente, na defesa. Excluindo os guarda-redes (Edwin van der Sar, com as suas 125 internacionalizações oferece uma enorme garantia de segurança aos adeptos laranjas), creio que faltava na convocatória o Boulahrouz (apesar de não ser o meu jogador favorito) e que a exclusão deste e de Urby Emanuelson, poucas vezes titular na qualificação mas um jogador mais novo, em detrimento de defesas como Ooijer, Melchiot e Bouma (um pouco menos no caso do Ooijer, muito mais no caso dos outros dois) não se justifica, sobretudo se tivermos em conta a política do seleccionador, que apostou em lançar jovens jogadores na formação sénior, provenientes das selecções que asseguraram a conquista dos Campeonatos da Europa de Sub-21 de 2006 e 2007.

No plano oposto, os mais optimistas prevêm que Robin van Persie e Ruud van Nistelrooy tenham, neste Europeu, grandes exibições, confirmando aquilo que foi, até aqui, a sua enorme importância no jogo holandês (Van Persie foi, inclusive, o melhor marcador da equipa na qualificação com 4 golos). Recheado de grandes jogadores, o meio campo ofensivo e o ataque da Holanda rivalizam com o das mais fortes selecções europeias e justificam o estatuto de candidatos que lhes é atribuído. De destacar também o trio formado por Rafael van der Vaart, Arjen Robben e Wesley Sneijder que, segundo os últimos testes e indicações de Van Basten, irá ser componente fulcral do 11 titular no primeiro jogo deles, contra a Itália.

Inserida naquele que considero ser o "grupo da morte" deste Campeonato Europeu, o Grupo C, a Holanda enfrentará a Itália (dia 9), a França (dia 13) e a Roménia (dia 17), selecções que causam apreensão nos adeptos, não por serem inacessíveis, mas porque representam o principal teste ao conjunto liderado pelo ex-campeão europeu. A principal dúvida em relação a esta equipa não é sobre a sua qualidade ou sobre a capacidade dos seus jogadores, não, a grande incógnita que preocupa os fãs holandeses prende-se com a reacção que o conjunto terá, perante a dimensão deste desafio. Por isso, e porque até aqui a defesa laranja apenas se deparou com adversários como a Eslovénia, a Bielorrússia, a Albânia e, no pior dos casos, a Bulgária e a Roménia, as principais críticas feitas a este incidiram sobre este sector.

Não acredito que a Holanda vá ganhar o Euro 2008. Creio, no entanto, na qualidade desta equipa (na "surpresa" Klaas-Jan Huntelaar?), nos seus jogadores, e acho que, eventualmente, irá ser eliminada na segunda fase da competição (nos 'quartos' ou nas 'meias') fazendo votos, todavia, para que isso não aconteça.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Road to Euro 2008


Com o aproximar do início do Campeonato Europeu de Futebol deste ano, a realizar na Áustria e na Suíça, o Linhas de Passe decidiu, como forma de antever a competição e lançar o debate sobre as selecções participantes, fazer, até que os jogos começem, posts sobre as convocatórias de cada uma das equipas.

Assim sendo, cada um dos autores irá abordar uma (ou mais) selecções, ficando os nossos leitores desde já convidados a enviarem para o nosso mail (linhasdepasse.mail@gmail.com) as suas opiniões sobre as equipas que vão ao Euro2008. Caso se justifique, estas serão publicadas aqui. Tenham uma boa semana.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O caso do Boavista FC (ou "O paradigma do sucesso dos PME's*)

* Pequenos e Médios Emblemas

Nota Prévia: É normal que, num site criado e gerido por quatro estudantes, quando cheguem os exames (ie agora e nas últimas semanas), a produção de posts abrande ligeiramente. Por isso mesmo queremos agradecer aqueles que continuam a visitar-nos e convidar-vos a voltar e a divulgarem este nosso espaço. Da minha parte (e certamente que falo pelo resto da 'equipa'), obrigado.

O caso do Boavista Futebol Clube, emblema histórico do Porto e deste país, clube formador que "deu o salto" nos anos 80 e 90, vencendo taças, chegando ás portas de uma final europeia e conquistando um título incrível, o "seu" Campeonato Nacional, estando agora falido, abandonado por dirigentes que continuam a negar as suas responsabilidades perante a justiça e a opinião pública, condenado a pagar por erros que não foram só seus, é um exemplo (embora de proporções exageradas) daquilo que sucede, regra geral, em Portugal aos clubes que tentam, de uma forma ou de outra, chegar ao sucesso, intrometendo-se na tradicional rotatividade que é feita pelos três grandes no que á detenção das taças e campeonatos diz respeito.

Os sinais deste fenómeno são evidentes e muito fáceis de antever: um grande investimento na equipa sénior sem um plano de contingência, incapacidade para sustentar o crescimento das despesas, a pouca importância da contribuição económica dos adeptos e sócios para o orçamento do clube, um presidente ou uma direcção que, estranhamente, não olham para a factura que estão a criar e, por fim, o meu favorito, um passivo acumulado.

Ao longo de tantas décadas, mas sobretudo nas últimas duas, assistimos á queda do Tirsense, do Salgueiros, do Leça, do Farense, do Campomaiorense e do Alverca, entre outros. Quer seja por causa das autarquias (Leça e Tirsense), por causa de direcções no mínimo duvidosas (Salgueiros, Alverca e Farense) ou por falta de vontade em gastar mais dinheiro sem obter retorno (Campomaiorense) estes emblemas cairam nas divisões secundárias do futebol nacional, depois de épocas em que alguns até chegaram a ir á Taça UEFA (o Farense em 95/96, eliminado na 1ªronda pelo O.Lyon 0-2 no total das duas mãos).

Será que o sucesso desportivo (nuns casos menor - uma final da taça, uma qualificação europeia; noutros maior - uma prova ganha), justifica estes momentos de aflição, este sofrimento por partes dos adeptos fiéis que, vêem o seu clube do coração ser arrastado para batalhas judiciais, perdidas as batalhas no relvado, tornando-se as expressões "despromoção" e "fim do futebol profissional" lugares-comuns no nosso futebol?

(nos anos 80 e 90)
Campeonato Nacional: 2x 3º e 1x 2º
Taça de Portugal: 1x finalista e 2x vencedor
Supertaça: 2x vencedor
Taça UEFA: 9 participações - 1x QF
Liga dos Campeões: 1 participação

(entre 2000 e 2003)
Campeonato Nacional: 1x vencedor e 1x 2º
Supertaça: 1x finalista
Taça UEFA: 2 participações - 1x MF
Liga dos Campeões: 2 participações - 1x 2ªFG

(depois de 02/03)
Campeonato Nacional: 10º, 8º, 6º, 6º, 10º e 9º
Taça de Portugal: 1x MF

Deixando aqui o percurso do outrora "quarto grande", Boavista FC (sobre o tema leiam este post, do Nuno "Eskilo"), fica também uma pergunta: vão o Braga, o Nacional, o Belenenses e o Marítimo (quando o Jardim "fechar a torneira"), entre outros, pagar, a médio e longo prazo, a factura da sua ambição? Ou estão estes clubes livres dessa preocupação?

Para os adeptos, depois de assistir ao colapso financeiro e desportivo dos axadrezados, esta é, sem sombra de dúvida, uma questão de difícil resposta.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Este é o terceiro post inserido na rubrica "Jovens Promessas" criada pelo nosso blogue, e desta vez trago quatro jogadores que por diversos motivos suscitaram a minha atenção são eles: Toni Kroos, Macauley Chrisantus, Stevan Jovetic e Mario Gómez.
Este último apesar de ainda só ter 21 anos já não é uma jovem promessa ou um jogador a tentar um lugar seguro num plantel europeu, antes pelo contrário, Gomez tem feito uma época bastante cativante que traz muito boas perspectivas tanto para o seu futuro como para o próximo campeonato europeu a disputar na Áustria e Suíça, motivo pelo qual o inclui neste lote de jogadores.

Nascido a 20 de Agosto de 1990, Macauley Chrisantus é uma das mais recentes promessas que o continente africano tem para oferecer. Chrisantus é um avançado muito forte fisicamente que faz uso tanto da velocidade como da técnica e facilidade em marcar golos alguns dos seus pontos de referência.
O jovem nigeriano, no último Mundial Sub-17, venceu o prémio Golden Shoe (melhor marcador) ao apontar 7 golos em 7 jogos e foi eleito, atrás de Toni Kroos, segundo melhor jogador da prova.
Recentemente, o clube alemão Hamburgo SV contratou o jovem prodígio ao seu clube de origem, o Abuja FC. Ainda á procura do seu espaço na equipa alemã, Macauley é um talento que tem tempo e capacidades para se poder afirmar na Bundesliga num futuro próximo.

Se muitos jogadores brilharam no último Mundial Sub-17, é justo afirmar que Toni Kroos, o nº10 da Mannschaft, foi aquele que mais se destacou, arrecadando por isso o prémio Bola de Ouro (atribuído ao melhor jogador da competição) e tendo também ficado em terceiro lugar na lista de melhores marcadores.
Kroos é um jogador alemão de 18 anos (4/01/1990) que chegou esta época ao plantel principal do Bayern de Munique onde se destacou tanto pela sua enorme capacidade técnica e de organização de jogo como pelas várias assistências que fez nas diversas provas que o clube disputou, nomeadamente na Taça UEFA.

Nascido no Montenegro a 2 de Novembro de 1989, o avançado do Partizan de Belgrado, Stevan Jovetic é um jovem avançado que possui todas as características para brilhar nos grandes palcos europeus.
A promessa montenegrina desde cedo lidou bem com a pressão, substituindo Rukavina como capitão da sua equipa, quando já envergava a braçadeira nos Sub-21 do seu país (foi designado capitão aos 17 anos). A convocatória para os seniores surgiu pela mão de Filipovic e irá, no futuro, repetir-se.
Stevan é um jogador forte fisicamente (1,83 m) não afectando isso, contudo, a sua extraordinária capacidade para jogar bem com os dois pés. Com uma carreira pela frente e ainda com 18 anos, só resta saber por que grande europeu é que este jovem vai alinhar nas próximas temporadas.

Para o fim deste texto ficou o primeiro futebolista que mencionei, Mario Gómez.
Campeão pelo Estugarda em 2006, o ponta de lança alemão já conta, esta época, com 27 golos nos 30 jogos em que participou (em todas as competições).
Vencedor do prémio para o melhor futebolista do ano na Alemanha, na temporada passada (sucedendo a Miroslav Klose), este jovem de 22 anos (nasceu a 10/07/1985) ganhou a alcunha de "Mr. Zuverlässig" (em inglês, Mr. Reliable) graças á sua capacidade de aproveitar quase todas as jogadas que os seus colegas criam.
Gómez, que jogou em todas as selecções jovens desde os 17 anos, estreou-se pela selecção sénior em Fevereiro de 2007, constituindo neste momento uma das principais armas para o ataque do seu país ao título europeu no Euro 2008.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Passatempo Simpsons/Liverpool FC

Findo o prazo para a participação no passatempo alusivo á série de posts "Liverpool Football Club, a intermitente grandeza de um gigante", que termina esta semana com o terceiro e último post sobre a história dos 'reds', afixa-se aqui a lista dos vencedores, que serão contactados para receberem o respectivo prémio.
Este não é apenas um filme do Liverpool Football Club, como foi inicialmente publicitado, mas sim um pacote bem mais completo, com três filmes e duas fotos, cortesia do Linhas de Passe e minha (Bernas Rosmaninho).
Mas antes de mais, coloca-se aqui a lista completa dos jogadores presentes na imagem. Muito obrigado a todos aqueles que participaram, espero que continuem a visitar-nos. Boa semana a todos!

Lista de Jogadores (da esquerda para a direita)
Fila da frente: Jermaine Pennant, Javier Mascherano, Steve Finnan, Daniel Agger, Steven Gerrard, Fernando Torres, Xabi Alonso, Harry Kewell, Lucas Leiva, Sami Hyypia e John Arne Riise.

Fila do meio: Yossi Benayoun, Ryan Babel, Jamie Carragher, Dirk Kuyt, Pepe Reina, Jay Spearing, Sebastian Leto, Emiliano Insua, Ray Putterill e Fabio Aurélio.

Última fila: Nabil El Zhar, Alvaro Arbeloa, Robbie Threlfall, David Martin, Peter Crouch, Andriy Voronin, Craig Lindfield, Charles Itandje, Stephen Darby, Momo Sissoko, Jack Hobbs e Ryan Flynn.


Lista de Vencedores:
- Bernardo Sousa Reis
- Henrique Vieira
- Miguel da Câmara Machado
- Pedro Fernandez da Silva

Prémios:
- "Liverpool FC - 100 Greatest Moments of The Kop" (DVD)
- "Liverpool FC - The Official History" (DVD)
- "Liverpool FC - The Story of The Kop" (DVD)
- Foto oficial do plantel 2007/2008
- Foto do plantel do Liverpool (versão Simpsons)

Nota: Os senhores Miguel da Câmara Machado e Pedro Fernandez da Silva merecem uma menção especial por terem conseguido identificar todos os jogadores.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Jovens Promessas (#2): The Belgium connection

Decidi dedicar este post de jovens promessas a dois miúdos belgas, sendo que um dos dois já se confirmou como um valor no plano europeu, estando o outro, por ora, ainda limitado a palcos menores e a participações nas selecções jovens da Bélgica. Hoje falarei de Anthony Vanden Borre e de Eden Hazard.

Anthony Vanden Borre nasceu no dia 24 de Outubro de 1987, em Likasi no Congo. Jovem polivalente, que tanto actua na defesa (direita e central) como no meio campo (centro), este foi mais um futebolista que, nascido no continente africano, optou por jogar por outra nação, no caso, a Bélgica.
Assim, dos 8 aos 16 anos, Vanden Borre alinhou pelas camadas jovens do Anderlecht, chegando aos seniores em 2003 (com 16 anos), e estreando-se na Primeira Liga belga ainda nesse ano. Em 2004 surgiu o primeiro jogo pela selecção principal da Bélgica, num encontro contra a Turquia.
De 2005 e 2007, o belga foi progressivamente chamando a atenção dos 'grandes' europeus, pelas suas exibições no clube e nas selecções jovens do seu país. Pudemos vê-lo no Euro2007, nos Sub21, onde foi até às meias-finais com a sua nação, nesse jogo batida pela Sérvia por 2-0.
Em 2007 a Fiorentina contratou-o ao seu clube de sempre, estreando-se o defesa na Serie A em Outubro, contra a Juventus. Em Janeiro de 2008, porém, sobretudo por ter sido pouco utilizado (apenas 2 jogos) viria a ser emprestado ao Génova, numa mudança que lhe poderia trazer mais oportunidades para jogar.
Mesmo sendo presença assídua na sua selecção, não sei o que o futuro reserva a este jovem de 22 anos, mas acredito que se trata de um futebolista com muito pela frente.

Eden Hazard é um caso que, pese embora o seu aparecimento precoce, no Lille e na Ligue 1, tem todas as condições para vingar no futebol francês e europeu. Nascido a 7 de Janeiro de 1991 em La Louvière, o médio do Lille chegou ao clube em 2006, proveniente do desconhecido Tubiz, juntando-se assim a outro 'cliente habitual' das selecções jovens belgas, Kevin Mirallas.
O jovem estreou-se este ano na Primeira liga gaulesa e foi muito elogiado pela sua participação no Euro2007, em Sub17, onde a Bélgica chegou às meias-finais, tendo sido eliminada nos penalties pela Espanha de Bojan Krkic.
Tratando-se de um jogador ainda muito jovem, não deixo de ter a sensação que, depois de um percurso muito constante nas selecções jovens, o clube da Ligue 1 não vai desperdiçar esta possibilidade de aperfeiçoar e contribuir de forma decisiva para a afirmação de tão valioso activo. Um caso para acompanhar.